Ceratocone: sintomas podem surgir ao coçar os olhos

Ceratocone: sintomas podem surgir ao coçar os olhos

Como é possível que uma doença genética rara, como o ceratocone, seja tão difundida na população? É porque, da mesma forma que a condição é incomum, uma das causas associadas a ela é um hábito banal que fazemos quase todos os dias de forma até involuntária: coçar os olhos.

Coçar os olhos faz com que a maioria dos desconfortos desapareça e até dá a impressão de enxergar melhor após alguns segundos esfregando as pálpebras contra o globo ocular. Essa sensação boa que sentimos se deve à liberação das histaminas, que informa ao cérebro mais sinais de coceira, e assim, dá ainda mais vontade de coçar. Isso porque nesse processo, também é liberada a serotonina, conhecida como o hormônio da felicidade. Ou seja, o cérebro entende que coçar é prazeroso (já que está eliminando a coceira), mas envia mais sinais para que você sinta ainda mais prazer. E, assim, tendemos a esfregar cada vez mais os olhos. As consequências disso, você vai compreender logo mais, ao longo deste artigo.

Além da hereditariedade, o ceratocone pode estar ligado também à ausência crônica de colágeno, por isso, ao esfregar os olhos, a córnea sofre alterações na superfície e, em casos graves, pode até levar à necessidade de transplante. Não é o ato de coçar isolado que causa a doença, mas a fricção constante precipita e também pode agravar a lesão na córnea de quem já tem predisposição para o problema. Para entender melhor sobre os sintomas e tratamentos do ceratocone, acompanhe esse artigo especial que preparamos para você. Vamos abordar também como o hábito de coçar os olhos pode causar outros problemas, como o descolamento da retina.

Sintomas do ceratocone: saiba como identificar o problema

A córnea funciona como uma lente fixa sobre a íris, e, através da pupila, projeta a luz sobre a retina. Segundo o Ministério da Saúde, o ceratocone causa “alterações na transparência e curvatura da córnea que podem comprometer a visão. O defeito do ceratocone impede a projeção de imagens nítidas na retina e pode promover o desenvolvimento de grau elevado de astigmatismo irregular e miopia”. A doença tem esse nome porque, ao mudar a estrutura da córnea, deixa mais fina e curvada, lembrando o formato de um cone.

Os principais sintomas da do ceratocone são:

• Sensibilidade à luz (fotofobia);

• Comprometimento da visão noturna;

• Visão dupla (diplopia);

• Formação de múltiplas imagens de um mesmo objeto (poliopia) ou de halos ao redor das fontes de luz.

• Córnea irregular ou opaca.

Por isso, caso apresente um ou mais desses sintomas, sobretudo entre os 10 e 25 anos, procure um oftalmologista. Os exames de fundo de olho, aqueles que comumente são feitos em consultas de rotina (que devem ser realizadas ao menos uma vez por ano), não detectam a doença. Não esqueça de informar seu oftalmologista sobre os sintomas e se tem casos de ceratocone na família. Assim, o profissional pode prosseguir para o diagnóstico diferencial, que consiste em exame de tomografia e topografia ocular.

Tratamento do ceratocone

Segundo o médico Dráuzio Varella, “não há motivo para alarme. Desde que o paciente com ceratocone siga a orientação de não coçar os olhos, atualmente é muito difícil chegar a um estágio em que ele precisará de transplante de córnea. Quando o ceratocone é leve e inicial, o uso de óculos ou lentes resolve e só é necessário observar como a doença evolui”.

O tratamento é sempre individualizado, e cada pessoa pode precisar de intervenções diferentes, inclusive para cada um dos olhos. Em estágios em que há mais comprometimento da córnea, mas sem gravidade, é possível fazer uma aplicação de vitamina B2, que reforça as fibras de colágeno. Outra técnica possível é a implantação de um anel intraestromal, que consegue ajustar a ponta da córnea devolvendo ao formato original.

Para casos mais graves, quando há comprometimento severo da visão, é indicado o transplante de córnea. Esse geralmente é o último recurso, quando outras tentativas não apresentaram evolução clínica. Ainda assim, de acordo com o Conselho Brasileiro de Oftalmologia, 20% dos transplantes de córnea feitos no Brasil são por causa do ceratocone.

Segundo o Ministério da Saúde, “durante um transplante de córnea, o botão (ou disco) central da córnea opacificada (embaçada) é trocado por um botão central de uma córnea saudável. Esta cirurgia pode recuperar a visão em mais de 90% dos casos de pessoas que têm alguma deficiência visual por problemas de córnea”.

Como prevenir o ceratocone

Você leu há pouco que o ceratocone é agravado pelo hábito de coçar os olhos. Mas afinal, porque os olhos coçam? Conheça os principais gatilhos para a coceira.

• Alergias, como rinite, por exemplo, entre outras.

• Síndrome do olho seco (causada principalmente pelo tempo excessivo do uso de telas);

• Blefarite (inflamação nas pálpebras)

• Terçol;

• Conjuntivite.

Diante dessas causas, fica ainda mais evidente a importância da consulta com oftalmologista periodicamente. Mesmo quem não apresenta sintomas de doenças oculares ou não usa óculos ou lentes deve fazer revisões anuais. Isso porque muitas condições, como o ceratocone, podem ser silenciosas e só se manifestar quando o quadro já é grave.

Uma reportagem do Portal Viva Bem Uol trouxe à tona o caso de uma jovem de 18 anos que desenvolveu a doença de forma silenciosa. Quem percebeu o problema foi o irmão que percebeu que a superfície do olho da irmã estava ‘mais inchada’ que o normal. Preocupada, Marcella Bié tapou o outro olho e viu que não enxergava praticamente nada com o olho esquerdo. Foi quando marcou uma consulta e recebeu o diagnóstico. A visão saudável do olho direito mascarou o problema e, por isso, a jovem, hoje com 33 anos, ainda não havia buscado tratamento. Não é incomum desenvolver ceratocone em apenas um olho, ou que as lesões sejam assimétricas entre os dois olhos já que as lesões dependem também da pressão e frequência da fricção empregada. Por isso, o caráter hereditário de grande parte das doenças oftalmológicas exige que o diagnóstico seja precoce, a tempo de aplicar tratamentos que controlem o problema para garantir qualidade de vida.

Lesões de córnea: conheça os principais cuidados

Você deve ter visto notícias recentes a respeito de um produto capilar que levou centenas de mulheres à cegueira temporária. A pomada utilizada para a fixação de tranças e controle de frizz levou à uma lesão na córnea similar a uma queimadura por ácido. Ainda é desconhecido qual componente do cosmético teria causado o problema, ainda assim, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) “divulgou um alerta em meados de janeiro, informando que sete marcas de produtos para cabelo tiveram suas licenças canceladas para fabricar e comercializar porque não atendiam às normas sanitárias previstas”. Ao todo, 243 mulheres procuraram os serviços de saúde com sintomas como vermelhidão e muita dor nos olhos, inchaço, lacrimejamento, fotofobia e algumas até com quadro de cegueira temporária.

Infelizmente, esse tipo de acidente com cosméticos é mais comum do que se imagina. No período de carnaval, são as tintas spray coloridas, o glitter e até algumas maquiagens os principais vilões das lesões oculares. O glitter, por exemplo, é feito de partículas de plástico que, em contato com os olhos, pode ser perfurocortante. Além disso, outros cosméticos podem levar à inflamações na córnea com grandes chances de se tornarem úlceras. As lacerações, quando não tratadas adequadamente, podem levar à perda da visão.

A úlcera de córnea é outro problema mais comum do que se gostaria. O uso indiscriminado de lentes de contato (sem os devidos cuidados de higiene), lesões por causas variadas, doenças (como diabetes), medicamentos e deficiências nutricionais podem levar à formação de feridas abertas (úlceras) na córnea. O problema ocorre por infecções com bactérias, fungos, vírus ou parasitas que se instalam nas lesões prévias. Por isso, coçar os olhos quando existe a sensação de corpo estranho nos olhos pode agravar o quadro, já que pode auxiliar a romper a córnea e a contaminar o tecido.

Para tratar úlceras é preciso recorrer ao oftalmologista, que faz o diagnóstico a partir da observação de alterações na superfície ocular. Em muitos casos, a lesão provoca uma mancha na região da íris. Nesses casos, o médico inicia o tratamento com colírios e antibióticos para conter a infecção e diminuir a lesão. Em alguns casos, quando o tratamento é tardio ou uma lesão é muito grave, algumas pessoas podem apresentar uma cicatriz fibrosa que, infelizmente, compromete a visão.

Higiene ocular: evite infecções e lesões graves

Agora que você sabe como uma infecção ocular pode afetar sua visão, com úlceras e outras complicações, que tal falarmos mais sobre higiene ocular? Isso serve, inclusive, para evitar coceiras nos olhos. O que, consequentemente, evita o ceratocone, descolamento de retina e até infecções, já que as mãos contaminadas podem levar todo tipo de parasitas para os olhos. Além disso, a higiene ocular ajuda a prevenir doenças contagiosas, como é o caso da conjuntivite e da Covid-19.

A primeira dica é manter as mãos constantemente higienizadas já que levar as mãos ao rosto e esfregar é um hábito difícil de controlar. Claro que, após ler esse artigo, você provavelmente vai pensar duas vezes antes de coçar os olhos. Mas todo cuidado é pouco quando se trata da visão. A primeira dica para evitar a tentação de esfregar os olhos com as mãos é lavar os olhos diariamente com água corrente. Se você tem alguma alergia ou usa maquiagem, use soluções específicas para o seu caso. Xampu neutro também é um ótimo aliado na higiene ocular.

Outra dica preciosa é manter os óculos na maior parte do tempo. Seja em ambientes internos ou externos, usar óculos ajuda na contenção de poeira, vento e corpos estranhos que possam atingir seus olhos. Por isso é tão importante manter, além do óculos de grau com lentes transparentes, óculos de sol com grau. E não é só no verão que eles devem ser nossos aliados. Os óculos de sol protegem inclusive dos raios UVA e UVB, que podem levar a queimaduras solares e, consequentemente, às temidas lesões nos tecidos oculares.

Para manter a higiene dos olhos em dia e evitar coceiras indesejadas, você pode fazer bom uso dos colírios. Mas, atenção: como qualquer medicamento, ele deve ser prescrito por um oftalmologista que conheça seu quadro clínico. Isso porque existem colírios com diferentes funções além de lubrificar as vistas. Mantenha consultas regulares com seu médico e evite complicações.

E agora, uma dica recorrente aqui no blog: mantenha lentes de contato bem higienizadas e utilize produtos certificados. Lentes sem a higienização correta podem ficar contaminadas e levar às temidas infecções que comentamos anteriormente. E claro, se mesmo com esses cuidados você continuar sentindo coceira nos olhos, procure seu oftalmo para entender a origem do problema e iniciar o tratamento adequado para o seu caso.

Coçar os olhos: descolamento da retina também é preocupante

É muito comum que após um dia cansativo de trabalho, um passeio ao ar livre e até ao acordar o ato de coçar os olhos esteja presente. Mas, o alívio imediato de qualquer desconforto pode gerar problemas crônicos na visão. Além de ser um dos principais fatores para a evolução do ceratocone, coçar os olhos pode trazer outras complicações como o descolamento da retina. A membrana fina e maleável que recobre a superfície do globo ocular não tem nenhuma estrutura que a mantenha conectada ao olho. Por isso, o ato de esfregar os olhos pode causar o deslocamento e, consequentemente, o descolamento da retina.

A retina funciona como uma câmera que auxilia na comunicação entre os olhos e o cérebro. Além disso, está ligada aos vasos sanguíneos por onde são transmitidos nutrientes e oxigênio essenciais para a visão.Então, quando essa estrutura é impactada, deve ser tratada como uma urgência médica, já que pode levar à perda da visão.

É importante destacar que o descolamento da retina não manifesta sintomas físicos. Por isso, é preciso estar atento a outros sinais, como visão turva e embaçada, flashes luminosos (fotopsias), “moscas volantes” (aquela sensação de insetos voando diante dos olhos), sombras na visão que progridem à medida que o deslocamento evolui, e, em casos mais graves, perda total da visão. O diagnóstico se dá através de exames de imagem com a pupila dilatada para avaliar a extensão dos danos.

O tratamento, assim como no caso do ceratocone, depende da gravidade da lesão e do quadro clínico geral de cada paciente. As opções variam entre “Fotocoagulação com laser e criopexia (congelamento) são recursos terapêuticos para os casos em que não houve infiltração do vítreo pelo espaço que se abriu com a ruptura da retina. O objetivo é formar cicatrizes que interrompam a passagem do vítreo e favoreçam a fixação da retina”. Mas, na maioria dos casos, uma intervenção cirúrgica é suficiente para ajustar a retina.

Importância de usar óculos e lentes de qualidade

Durante todo o artigo falamos sobre como coçar os olhos pode prejudicar a visão. Mas você sabia que quando se trata de acessórios para a visão, não são apenas as lentes de contato que podem causar problemas nos tecidos? Óculos com lentes de baixa qualidade e sem filtros adequados podem levar a queimaduras, como já falamos, mas podem também intensificar a síndrome do olho seco. A condição ocorre pela produção insuficiente (ou de baixa qualidade) de lágrimas para lubrificação dos olhos. Uma das principais causas para a síndrome é o tempo excessivo do uso de telas.

Isso porque, quando estamos diante do computador, televisão ou celular, tendemos a piscar muito menos, seja por dificuldades na visão, por conta das luzes ou do hiperfoco. Óculos com filtro de luz azul (aquela embutida em equipamentos digitais), por exemplo, não farão você piscar mais, mas vão reduzir os reflexos das luzes e o impacto delas nos olhos. Assim, você terá uma visão muito mais confortável e saudável, devolvendo aos olhos a capacidade de enxergar melhor e, por que não, piscar com maior frequência.

Você leu ainda que uma das consequências do ceratocone é o grau elevado de miopia e astigmatismo, condições que alteram a entrada de luz na retina, chamada de falha de refração. Nesses casos, óculos bem regulados, com o grau certo e os filtros necessários podem conter a evolução da doença e devolver qualidade de vida. Caso contrário, lentes de baixa qualidade podem agravar o problema que pode se tornar irreversível.

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Isso porque não basta ter a prescrição em mãos para garantir que o tratamento será bem sucedido. É preciso acertar nos materiais utilizados nos seus óculos e lentes, entender suas necessidades e até gostos pessoais que vão facilitar o uso dos acessórios. Somente profissionais capacitados como as consultoras da Vízia podem oferecer experiência e credibilidade para sugerir o que há de mais atual e com melhor custo benefício para o seu caso. Fale com uma consultora Vízia, relate seu caso e surpreenda-se com a qualidade do atendimento e dos produtos de marcas consagradas e certificadas que vão ajudar você a enxergar melhor.

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