Entenda por que as visitas ao oftalmologista devem ser mais frequentes após os 40 anos

Entenda por que as visitas ao oftalmologista devem ser mais frequentes após os 40 anos

Além da experiência, o passar dos anos traz algumas mudanças em nossa vida, especialmente em relação à nossa aparência física. O metabolismo desacelera e emagrecer se torna mais difícil, a pele não tem mais a mesma elasticidade da juventude e as rugas ficam aparentes, a massa óssea diminui e os cabelos brancos tornam-se numerosos. Além disso, a audição e a visão pioram. Tudo isso, mesmo não sendo encarado com tanta tranquilidade pela maioria, significa que estamos envelhecendo, ou seja, passando por um processo natural do desenvolvimento humano.

Apesar de nos sentirmos jovens e com muita vitalidade, o avanço da idade traz um risco maior de desenvolvermos certas doenças. Isso acontece porque, antigamente, ainda no século XIX, a expectativa de vida não passava dos 40 anos de idade para homens e 45 para mulheres. Patologias que hoje são facilmente tratáveis naquela época matavam pela inexistência de medicamentos, por exemplo. O avanço da medicina e a mudança de hábitos das pessoas fizeram esse cenário mudar e a vida humana foi prolongada, consideravelmente. Para se ter uma ideia, no Brasil, conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a expectativa de vida para os homens já passa dos 72 anos e para as mulheres chega ao 79,9 anos.

Em contrapartida a essa ótima notícia, temos o fato de que nosso corpo não acompanhou – na mesma velocidade – tamanha evolução da medicina. É por isso que depois dos 40 anos de idade, o risco de desenvolvermos doenças degenerativas e outras enfermidades se torna maior. Com isso, é fundamental dar atenção à saúde e incluir na rotina visitas mais frequentes ao médico e exames que antes não eram necessários.

Hoje vamos falar sobre um desses aspectos que precisa de atenção: a visão depois dos 40 anos. É a partir dessa idade que surge a presbiopia, um problema que faz com que a pessoa tenha mais dificuldades para enxergar a curta distância. O risco para outras doenças como glaucoma, degeneração macular relacionada à idade e catarata também aumentam substancialmente. Nesse sentido, a consulta oftalmológica aos quarenta anos representa uma ótima oportunidade para detectar possíveis doenças que, se não tratadas, poderão ser ainda mais prejudiciais na terceira idade. No post de hoje, vamos explicar porque fica difícil enxergar de perto depois dos 40 anos e quais os cuidados preventivos você deve ter para preservar sua saúde ocular.

Hipermetropia depois dos 40 anos

De repente você vai ler um livro ou trabalhar no computador e parece que está tudo borrado. A cabeça dói e você se sente cansado após realizar tarefas que necessitam da visão de perto. Também precisa afastar o material que está lendo e de mais luz para conseguir enxergar as letras. Identificou-se com essas situações? Elas fazem parte de um quadro clínico conhecido como hipermetropia. Quando esse defeito de visão aparece após os 40 anos de idade é chamado de presbiopia ou “vista cansada”.

Com o avanço da idade, os olhos vão perdendo lentamente a capacidade de focar objetos próximos, devido ao enfraquecimento da musculatura ocular interna. Para compensar os efeitos desse tipo de hipermetropia, é preciso usar óculos. Se você não apresenta nenhuma dificuldade para enxergar de longe, provavelmente você usará lentes adequadas para leitura, computador e trabalhos manuais. Se você já utilizava óculos, é possível optar pelos multifocais, que ajustam a visão para todas as distâncias.

É importante ressaltar que é comum a presbiopia se manifestar entre os 40 e 50 anos de idade, no entanto, alguns fatores de risco como diabetes, esclerose múltipla, doenças cardiovasculares e o consumo de alguns medicamentos favorecem seu desenvolvimento.

Glaucoma

No glaucoma, o nervo óptico é prejudicado pela pressão intraocular e ocorrem perdas de células da retina, responsáveis por enviar os impulsos nervosos ao cérebro. No início da doença, é comum acontecer a perda da visão periférica. Porém, se não tratada, pode levar à cegueira. Por ser uma enfermidade silenciosa, normalmente só é detectada a tempo de não causar danos maiores à visão, quando diagnosticada em exames de rotina no oftalmologista.

Degeneração macular relacionada à idade

Na degeneração macular relacionada à idade (DMRI), uma parte da retina chamada mácula é atingida, levando à perda progressiva da visão central. Muitas pessoas nem desconfiam da doença, até que começam a perceber que já não conseguem enxergar. Nesse estágio, a doença já se agravou. A causa específica da degeneração macular ainda não foi descoberta, porém, já se conhecem alguns fatores que aumentam o risco de seu desenvolvimento, e uma delas é a idade. Mais um motivo para você visitar o oftalmologista com mais frequência.

Lembre-se: ir ao oftalmologista é importante em qualquer idade

Vermelhidão, sensibilidade à luz, visão embaçada, visão dupla, manchas, dificuldade para distinguir cores, fadiga visual. Todos esses são sintomas bem comuns que deixam claro a necessidade de consultar um oftalmologista. Quanto antes você procurar o médico, mais rápido terá o diagnóstico, evitando futuras complicações.

Ainda existem outras condições que, se você perceber, precisará procurar um oftalmologista de maneira urgente. Se sua visão ficou ruim de uma hora para a outra, se acontecer algum acidente envolvendo um trauma forte, se houver contaminação com substâncias químicas e surgirem mudanças aparentes nos olhos, como manchas e secreções, vá ao médico imediatamente.

Algumas doenças oculares também não apresentam sinais. Por isso, é fundamental visitar o oftalmologista periodicamente. Problemas que não forem diagnosticados e tratados a tempo podem levar a complicações graves, incluindo a comprometimento da visão. A Sociedade Brasileira de Oftalmologia sugere que se façam os popularmente conhecidos como “exames de vista” uma vez ao ano. Esse é o período ideal para identificar mudanças na visão e corrigi-las antes que se tornem problemas.

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