Seu filho costuma passar muitas horas em frente ao computador, celular ou tablet? Caso a resposta seja afirmativa, é fundamental que você fique atento e se preocupe com a saúde ocular dele. Isso porque a utilização exagerada desses dispositivos eletrônicos por crianças e adolescentes aumenta os riscos de prejuízos na visão dos jovens e os cuidados devem ser cada vez mais intensificados.

Segundo especialistas, as crianças e os adolescentes estão passando cada vez mais tempo em ambientes fechados e acompanhados de equipamentos eletrônicos, que estão sempre muito próximos ao rosto. E esse comportamento dos pequenos na utilização dos aparelhos faz com que os olhos focalizem apenas para perto, o que pode alterar o formato do globo ocular.

Miopia precoce

Essa modificação no formato pode ocasionar desenvolvimento de miopia, que é a má visão à distância.

Um dos problemas observados recentemente é que, cada vez mais, é comum o diagnóstico de miopia em crianças em idade pré-escolar, o que antes era descoberto mais frequentemente em pacientes com idades entre oito e 18 anos. Preocupante, não é mesmo?

A visão se desenvolve durante a infância, alcançando a maturidade por volta dos cinco anos de idade. Por isso, é muito importante que problemas de visão sejam tratados o quanto antes.

Como prevenir

Mas você sabe que é praticamente impossível proibir o uso dessas tecnologias, principalmente com os adolescentes, que além de utilizar para diversão, também encontram nesses aparelhos mecanismos de aprendizado para o ambiente escolar. Por isso o segredo é a necessidade de um controle de tempo rigoroso por parte dos pais.

A orientação dos especialistas é que as crianças e os adolescentes façam pausas de um a cinco minutos a cada hora em frente ao computador. Além disso, deve-se afastar o foco de luz dos olhos, manter o brilho do computador baixo e deixar o ambiente claro.

Há também um movimento chamado 20-20-20 Rule, da The Canadian Association of Optometrists (CAO), que recomenda que, a cada 20 minutos, se faça uma pausa de 20 segundos e focalize o olhar em um objeto localizado a 20 pés de distância (em torno de 6 metros). Que tal começar a aplicar essa técnica em casa?

Sinais

Outro alerta é para que os pais fiquem atentos a algumas queixas dos pequenos. É nesses momentos que eles podem indicar que estão com algum problema de visão.

Listamos abaixo alguns sinais relevantes:

• Vermelhidão: os olhos vermelhos indicam irritação, inflamação ou infecção na superfície ou dentro do olho. Exames mais específicos são necessários para esclarecer a causa. Nesse caso, é necessário consultar um oftalmologista;
• Dor de cabeça: se o seu filho se queixar frequentemente de dores de cabeça após a aula ou durante a lição de casa, é importante investigar as causas;
• Coceira: um dos principais sinais de que pode haver uma patologia. Pode ser provocada por algum problema de visão ou a popular conjuntivite aguda ou crônica;
• Leitura: o fato de se perder no texto durante a leitura pode ser um sinal de alguma deficiência nos olhos;
• Sensibilidade à luz: crianças com sensibilidade excessiva em ambientes iluminados ou sob a luz solar podem ter alguma doença nos olhos;
• Histórico familiar: muitas doenças são hereditárias, por isso é importante levantar o histórico familiar para saber se alguém já foi diagnosticado com alguma patologia ocular.

Outro sinal é quando a criança ou o adolescente reclama que está com dificuldade de enxergar o quadro na sala de aula, podendo até mesmo provocar queda no rendimento escolar. Em casa, para estudar, a criança deve estar em um ambiente iluminado por luz branca, que não gere sombras no papel.

Acompanhamento com oftalmologista

Outra orientação é que as famílias tenham acompanhamento oftalmológico regular – mesmo que a criança ou o jovem não tenha apresentado nenhuma queixa. A consulta deve ser feita anualmente. Na infância e na adolescência, é possível acompanhar o crescimento dos olhos e verificar se eles estão se desenvolvendo normalmente.